sábado, março 04, 2006

E vc que me da os anéis que brilham como lua

Mas não me da as mãos, deixa as minhas na escuridão.

Do que me importa se os tenho em meus dedos se não tenho, e (só tenho).

O ser que os deu

do que importa deus no céu se não chove e tudo esta seco

que flor pode crescer assim desejando alcançar o céu sem raízes (semente que não morre, que não vive, para renascer )

do que me importa tais palavras fechadas como porta

eu que ouvi que “os atos mais importam que as palavras”

dizem que dizem

mais que as palavras

eu que inscrevo emoções nas palavras, eu que emociono palavras, que seco a água da fértil terra para fazer delas água de claridade para que a luz quando repleta de água, carregada de luz, peso de luz, possa trovoar (som de clarão), relampejar (luz-verbo) auge de vida que ilumina instantes a treva (os olhos fechados) dos desejos de união da separação, água que iluminada corta em ímpeto coragem (fogo) certeira a distancia , para então se aventurar na pesada carne entranhar para que assim possa re-iluminar de vida a escuridão-pesada (terra e carne) entranhar na carne nas estranhas raízes entranhas da vida, terra carne a se iluminar transvivificaçao da vida, para que a carne terra possa escutar e nem que por um istante

de- lirar extasiar-se de vida, da vida (lembrar, para que os olhos da vida possam se voltar para ela mesma) extasiar-se da vida (prata luz) , deslumbra-se por ela,

e lembro que para isso preciso de minhas mãos firmes para inscrever na terra do papel a água de meus corações e preciso trovoar o som da claridao , relampejar eletrificando (luz- vida ) as células que recebem meu canto na escuridão para que assim possa eu cumprir os desígnios daqueles que se intromentem a chuva correr rios de emoções co-mover terras e montanhas em sonoros silêncios de vida como a íris que se forma em arco pelos olhar daqueles que se molham inebriados com tamanha e grandiosa claridao (a terra aplaude eterna) ( e quem ouve os aplausos de tamanho espetáculo ? e quem vê esse espetáculo? E para tal que é preciso fazer queimar (prismar) com todos os fogos da criação a luz que deve eternamente lembrar, fazer nascer e esquecer (terra á reaprender), e a tarefa mais árdua, é preciso, que se abra o coração oceano de todas as canções irmão gêmeo do céu

é preciso fazer nascer e renascer (fazer o amar amar o amor) (a incerteza ter a certeza da certeza) o ser crescente eternamente

é preciso

.

de que serve as águas de minha terra o desejo de subir aos claros céus que me dá se os ventos que os circulam as levam a não sei que terras, e a terra minha assim secará e que amor juntos esses céus seus e minha terra poderam inventar ? (que vida irão eles juntos crescer) faz minhas águas nascer alguma terra clara (terra em movimento) em sua vida (sidha) ? que será que será serpente que morde o próprio rabo a se envenenar será (bororó) (e morre, sem renascer, renas-ser)? Do que serve o desejo de querer se iluminar se ela não pode retornar, se não há o leve peso do amar ? se há verdade para onde levam os ventos de chuva que banham a minha realidade que deseja se movimentar, crescer, brotar enfim do que serve a minha rosa á murchar querendo mostrar aberta as belezas, ao seu céu claro ? que peso de realidade há em verdades que secam a rosa ? que verdade é real quando não há a beleza da rosa, quando não há a realidade do cheiro da rosa ? que rosa é rosa quando a verdade murcha a realidade ? que verdade é real quando seus raios não elevam e formam a terra so deformam ? deformam o sonho das águas, não transformam o sonho dos céus ? que sonho sonha uma água sem viver a verdade dos céus, que conta dos desejos da luz o céu, que sonho sonha os céus sem conhecer a realidade (real possibilidade das águas) das águas, que cantam das terras (de suas potencialidades de crescer a realidade iluminada (beleza e verdade) ) ? beleza e verdade !? que devir deve vir ? devir ........

do que...



Pedro Poncioni