segunda-feira, março 16, 2009

I

Por dentro és resguardo
Por fora ventura
:
tu que teu dentro
lambe teu fora
: entretanto teu entre
entranhas som

vibra-te

tu quem não foges e segues
carregas selvático tua caça

e se com tanto amor me abandonaste
tens casa e morada branca
em minha imaginação
gramado livre
noite aberta até o chao
tudo tão banhado de ar
para que ao teu farejar
transforme-te
em quem tu és,

e de manhã sejas sonho
e calma ganha
de poderes reinar sob tua casa
que é teu corpo .
caçador que não te esqueces de brincar

brinca até a morte levar
sereno e audaz
esfinge;
que me queres eu te adivinhar?!

Foges ó misterio
para mais longe
enquanto te comtemplo por
mais dentro
(está abolido o tempo, dançamos!)

II

E a lua a lua
que o sol lambe
nos penetrará
farejaremos num respirar
seus perfumes e véus suaves.
Nos reconheceremos?
-num leve vislumrar-
-não falaremos-
desteceremos mudos
para contar.

Corpo tu és será
receptor e dadivante
entregará novos e indescobertos (incandescentes)
sonhos delirantes.
ó pura eletricidade
tú faras os pelos se
eriçarem na recordação instintiva
de antigos renovados misterios novos ;

Caçaremos misteros!
Sim, como se caçava a vida com sede de sangue!
mas nós, nós teremos a fronte de um brincalhão

nao quereremos ouro
pois temos o sol
estrelas nos olhos
e prata nos cabelos
seremos novamente que sempre fomos:
ciganos cobertos pela lua
cobertos de especiarias

.cheiraremos a vida.

Pedro Mota
Março