domingo, novembro 30, 2008

Eu acordando de estar dormindo
Abro os olhos do sono
doce ...: tudo ainda sem nome.
O carro diligente:
O ventre.



No côncavo de minha imaginação
Que é escuridão
Movimentos de cores: mansas como um caçador:



Paisagens esquecidas por ninguém
me visitam

selvagens como anjos
Primeira Parte ou de como criar agua no deserto ou o oasis da imaginação

Fatalmente quando penso na água , não é água o que penso, mas tambem já não sou eu. Assim como a única maneira que se tem de ir ao sol não é indo a ele, mas no que me vem dele (mas no sol que me vem) ir a seu encontro assim há coisas que só farejamos como perfumes quanto mais fundo encontramos o que havia em sua superfície apenas mais denso como um sol. ......

Quando penso no Egito só penso nele, mas quando imagino o Egito estou criando um egito-eu que já não sou só eu, o que imagino do Egito então não sou eu, mas um egito desconhecido de mim mesmo; Por isso que quanto mais longe e distante imagino mais intimo me torno de do que sou sem (mais intimo me torno de um eu que não conheço).. como no sonho ... saber: invento.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Antropofagia de um beijo em uma Vênus Ctonica

Porque me arrisco
nos dentes abertos.

A lingua faminta

de um outro.

Enfim - um risco

quinta-feira, agosto 28, 2008

Antes. Minha alma ia junto de meu pequenino corpo que era só alma, inundado de alma. Então ia feliz como numa tempestade que só por essa felicidade, estava em mim secamente encharcado: Ela me amava. E desse amor posso dizer era feito meu corpo e por isso a vela a velas-segredo se mantinha acesa, em segredo calma: eu não sabia.
Meu corpo, minha imposição calma (no) do mundo. Cada movimento eu um movimento por inteiro como um amante, ela me olhava, eu o sabia, com o coração em prece de dor (hão preces sem dor?) (as lagartixas tem preces quando perdem o rabo; e as estrelas?) e por me saber sempre olhado com olhos de carinho e estupefação ia eu em gestos. Meu corpo era (é) minha alma guardada: Penso que os anjos deveriam rezar por nós e deus pediu: (de seu antro de arquitetura nunca feita de puro som calmo, assim, como uma lagoa azul mole e água em centro de uma caverna. que é escuro como uma roupa clara que é (como) roupa dentro do armário) se-me reze pela pele de um cordeiro que é sangue e entranhas pululantes, puro movimento de ser dentro e vibrantes. E ela(-eu) era feliz e de tanto me olhar entrou como dentro em mim. E os perfume ahhh os perfumes: . Eu acreditava em perfumes.
Pequeno Pedro Mota

quinta-feira, agosto 07, 2008

"Sim eu que bebo para me perder, para me perder por todo.
:Eu lambido de fogo, lambida de fogo-fogosas por inteirodentro. Todo obscuro em resplandecer brilhante. O meu negrume girando e girando por todo o dentro feliz, desconhecido e fértil. Eu aceso e esquecendo: onde comecei, eu meio de nada já,-girando-. Eu me tornando só como um sol negro..."

quarta-feira, julho 23, 2008

Eu que não entendo o sangue fluindo Eu que prefiro o excesso calado da subvida,



Então ...ele respirou raso, profundamente raso,
Foi que o ar mergulhara em seu corpo; puro, de um selvagem mergulho.
O céu, deus! o céu estava alto, profundamente alto assim infindável
E o céu, o céu era de uma brancura, de um branco tão poderoso e tão pleno que em algum lugar (distante) choveria ...
E ele ouvia.
Ele ouvia, talvez o temor delicioso que ele estava vivendo lhe abrira os tímpanos como um animal que mais que naturalmente sutiliza seus ouvidos em certas ocasiões de extrema vida:



E respirar era um tato e com o tato da pele ele sentia o ar inteiro, o tato era uma espécie de olfato tão delicado
Ele respirava mudo como um surdo aprende a ouvir por toda sua pele.
A vida era então uma maneira prazerosa e doida de experimentar o grande gozo da morte:
A fina pele da água viva que a separava da grande água. A pele do óvulo.
A membrana da flor, quase uma conquista de ser ar.
A vida era então uma maneira de experimentar a morte de uma maneira bem vivida. Depois ...
Como a dura casca frágil do ovo e viver banhado de ar era um grande convite: ...
E como viver era raro ele e as raízes imaginavam... Apenas. Vivas.
Pedro Mota Junho 2008

terça-feira, julho 15, 2008

Tenho um pente que ainda não usei
Não sei, para ser filho
Serei: Pai, de meu pai.

Sereia tú beijei,
tú Baixava jóías raras
e de longe me encantas
qual as areias perdidas de sua vida.
Mas eu quem serei?!

Minha alma se perdeu,
não, pois, eu a perdi.
Quem serei, sou eu ?
Minha alma se perdeu
Almágama

Da dor de perder-se
a alma se fez,
que sua ausência era
alma
de nova alma,
Um escuro se faz:
tornarei-te visivel

como um clarão

: raios e trovões pendem nesse caminho, um descaminho duro e nítido em sua escuridão sem estranho.

quinta-feira, junho 26, 2008

1.

O tempo parou ou descansa
estamos na toca da barriga
do dragão do fôlego:
O ar ai paira nem vai e nem volta
não esvai e não retorna
luz pálida de terra,
os nutrientes mais antigos lá estão
grandes enormes como vida
e lento mais que lento
parada em seu nutrir-se
lava subterrânea
vulcão extinto
ferro cobre-lhe e faz entranhas
vidas ressoam sonidos como a luz de lua.
é tudo tarde,
tarde demais
chegamos ao núcleo do entardecer eterno
dezembro 2007

domingo, março 16, 2008

Sinto-me desnudado
E desnudado, frágil.
É porque exponho minha alma
Em planta carnívora?
Cansei dos homens.
Estou mulher?
Quero silêncios e solidões
Grandes e sombrosos.
Quero morar na entrada
Com um jardim largado
De uma casa que não conheço os moradores.
Só o som. Tenho que querer o invisível?
Estou querendo ser o ar da flor.
Que hajam insetos !
E suas danças e cantorias de transe.
Dança ou canto?Transe, transe.

Quero é ele morto de ar


Tendo que finalmente se entregar.
Isso é raiva.
Raiva de minha mulher.
Sim, a incandescência vermelha de paixão.
Como A luz de uma vela
Cheia de reza.
Ela canta?
Langorosa, como a escuridão de um rio que escorre para sua vida.

Escorrendo sua vida á morte viva.


Fevereiro 2008
meus pés: Ruínas.
a boca - saliva - seca pólvora.
minha garganta - canhões de ferro enferrujados com fome
de repente ela me vem e me acorda
de outro sonho
de sangue
de fêmea
e mulher. 2008 janeiro +++
Raízes prenderam o céu a terra
esses céus correntes
essas correntezas etéreas
sufocantes ruídos de ventos prenderam-se a mim
como raízes escutava-os
incessantes traspassando o passado
Ó cruel beleza amargor:
vergalhões de um mar escuro
Hoje voltei a um futuro pétalas azuis escuras
amargor delicioso,
morrer um pouco,
sentir o cheiro das visões
2007Pedro xxx
Ela, ela
Aquarela
Eta, eta
Minha palheta
Colhe, colhe
Tantas flores
Tantas cores
E me pinta
de tantos amores

Ela ela
Pinta flores
Na janela
E bota uma
A mais bela
Na lapela
E colhe colhe
Lá nas flores
Tantos amores

Ela ela
A borboleta
Eta eta
Minha palheta
Lá nas flores
Na janela
Eta eta
Bela borboleta
Na lapela da flor
De minha bela



Aaa o peito leito
Onde me deito
Ouço flores
De tantos amores
Tantas tantas
São as flores
Que voa voa
Borboleta
Aaa minha Tieta
Explode toda toda
Cheia cheia
Lua (de borboletas)

E sua sereno
É sua, sereno
Essa moça toda nua
É toda sua
E pinta logo ela
Toda sua
Toda bela toda nua
Antes que ela voa

E olha ela
Pela janela
E chora sereno
Ora, sereno,
Ora
É tudo tudo
Nada agora
Na aquarela
E pinta logo ela
Todo sua toda ela
Toda bela na tela